Lu Genez – [Somos seres esqueléticos, patéticos, infalivelmente perecíveis]

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Lu Genez


Somos seres esqueléticos, patéticos, infalivelmente perecíveis
Com data de validade incrustada entre as vértebras sacrais
que cheiram a odores carnais e perfumes de coito.
Que comem e gozam e dormem e defecam seus excrementos.

Mesmo que alguns se julguem os nobres da corte,
Regurgitem o fel de seus ácidos estomacais, em pias douradas de estilo duvidoso.
Não passam de pele amontoada, que servirá aos vermes de sua morte.
As flores em suas adocicadas cores, perdem-se diante dos olhos cegos.

Bípedes de coluna ereta que se tem navalhas orvalhadas na fala,
Dizimam-se um a um, aos ditos amigos coloquiais
Enraizada toda nossa humanidade hostil, falida,
Nos DNAS e suas pentoses e ácidos determinantes
Como num código binário, respostas singulares de sim e não.
Decodificada a sequência genética adverbial
Não há nada de distinto na raça pagã.

Do líquido amniótico ao pó dos ossos, encapsulados em urnas de apelo vintage.
Nós não nos salvamos sozinhos,
Haverá um sino de catedral, a contar sobre as horas de adeus.

Junho 21

Lu Genez, Curitiba, PR, é poeta escritora, e Livre Pensadora.

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