Ibrahim Khouri – Amo a Mulher Que Nunca Tive – 03

…Quem é você? Não responde, e nada, nada a atabalhoa, com o tempo o desejo fica grande, como a fruta que sugar a gente sonha; passa o tempo, novo amor, mas não se confunde com a mulher amada, esta é inatingível, mantem a lembrança verde, que escondem a fruta pura, diferente do amor, cuja fruta atrai, está madura e no tempo certo, sob um sol dourado, se expõe ao predador com gosto de pecado, é a mulher que se entrega e se procura… Ah, mas o amor não apaga a lembrança da mulher amada, quando em pensamentos a gente se encontra, sinto-me credor de coisa certa, mesmo vivendo o amor com outra, recebendo dela o sonho devido, mesmo assim, a amada não se liberta, pois eu sou credor de coisa certa, de toda você que despertou-me os sentidos; É o vínculo espontâneo, que à distância, unem as pessoas, como o eterno dar e receber que só aumenta, como planta vai crescendo à toa e se expande, firme, lenta, amo-a mesmo tendo restringida a vontade, em razão de coisa certa e não qualquer, é perder, dado toda liberdade para vê-la feliz, vivendo da forma que quiser’… Mas o que será que faço hoje que o amor se faz escasso? Vou sair de mais dadas com os meus pensamentos ao encontro do sol na alvorada, ele nasce nova a cada aurora…Sim ! Vou sem rumo, subir, descer, ganhar altura, conhecer as depressões, vagar à toa, pisar no chão, andar descalço pensando em você meu doce lume, é um belo desafio conhecer a vida em todas as dimensões, dentro deste espaço entre a realidade e a fantasia, entre venturas e desenganos, mas tenho-a como a musa que por certo encontrarei quando vencer aquele horizonte, onde tudo é imensidão: vendo o azul do céu, o azul da água e sobre o calor da areia, por certo, ainda encontrarei você, minha sereia, e agora, sem receio de que alguém ma roube, a terei toda em meus braços e acabará A VONTADE DO QUE NÃO HOUVE…  Como vê este meu jeito de esperar, não sei o que, nem o porquê, esta ansiedade no ar, quem espero nunca vem, e eu com tanto pra dizer a alguém, longe incerto, que até minhas fantasias procuram deixá-la perto, vou seguindo e concertando sob o tempo perdido, ouvido o grito da carência: – QUERO O ESPAÇO PREENCHIDO! É isto que sempre acontece, que eu definir nunca soube, mas pode crer que é realmente, VONTADE DO QUE NÃO HOUVE.