Gritam aos ventos sobre as mortes nos campos de concentração
A purificação da raça dos homens cegos,
Que rezam o terço para um Deus de vil metal,
Adornado de ouro nobre, anticorrosivo, pesado, pateticamente lustroso.
Façam-se as filas devidas, seguindo a determinação estipulada
Os homens primeiro, as mulheres e crianças depois,
É que os eletrodomésticos não podem ser vendidos,
Isolem a área do não essencial, mandam os ditadores do apocalipse global.
os ossos demoram a ceder sob a força do fogo
As fumaças são o símbolo do incêndio, na casa de João
Todas as cinzas carregam seu bocado de histórias
Para se dissipar nas terras de ninguém, com os ventos vindos do sul.
As línguas da mal fala, as injúrias e as mentiras do vizinho
Contaminam a água da rega, matam as flores do meu quintal.
As notícias daqui, aumentam o medo da febre
Qualquer sinal de inconveniência, no alarde das estatísticas cruéis
Desviam os olhos sobre os delitos das corrupções do sangue
Que se mate o senso de tudo, dos neurônios ao tendões do dedo do pé
O jogo hipócrita do dever das injustiças cabais.
Matada a poesia. Enterram-se os versos mortais.
Uma foto destes tempos !
Adorei !
Sempre amo ler- te, linhas que fazem os olhos saltarem…