Imagine um salão imenso.
Falo de um maior ainda.
Se faz necessário, com a velocidade da coisa.
Ao homem e para mulher positivos para o vírus, é dada a escolha entre ir e não ir. Todos vão. Muito luxo, os melhores mestres da gastronomia ( positivos), música e dança.
Sexo e orgia. Libertinagem.
Não respeitar estado civil ou religioso. Apenas as fantasias dos doentes. Felizes.
Almofadas espalhadas por todo espaço, para que a exaustão e a febre diante dos excessos, sejam cuidadas por médicos ( positivos).
Nada custa dinheiro. Nenhum ato de perdição moral deixa de ser sigiloso fora das quatro imensas paredes, lotadas de reproduções perfeitas de clássicos pictóricos renascentistas e pós-modernos.
Aos negativos, sabe-se apenas que o salão é destinado ao prazer e alegria. Dipirona e circo.
Alguns negativos de vida monótona aqui fora, vão implorar pela entrada. Não. Arrume um jeito de se contaminar.
Sem máscara, no tedioso centro da cidade, pede para que tussam e espirrem em suas caras.
Ou a vida dura mesmo pouco, ou é de uma chatice fenomenal.
Mais vale o gozo.
O urro.
A porra.
A xana.
O pó.
A erva.
O cu.
A morte.
O número de pessoas procurando pela vacina cairá de arrebatadora forma.
O truque de entrar negativo para certamente positivar lá dentro será punido às chicotadas em praça pública, assim que revelado. E perde para sempre a chance de adentrar.
Afinal,
Qual a parte mais legal da “Divina Comédia, de Dante”?
Sem álcool gel.
Mas
Com euforia eletrizante.
Febril.